O RECORDE NEGATIVO DA RECORD NOS JOGOS PAN-AMERICANOS
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Serão os
jogos Pan-Americanos, ou o Pan-Am, a maior competição das Américas? Em teoria
deveriam ser. Para falar de Lima-19, volto até Toronto-15. Na época, a coluna
fez a seguinte pergunta: “diante desta situação, qual será a intenção do Grupo Record * com o evento? O canal possui um produto, mas não o mostra.” A mesma
pergunta se volta. A cobertura da Record resume-se na cobertura da Record News.
Reservei
parte do dia, de sexta-feira, para analisar a cobertura do canal. Comecei pelo
sinal que recebo via OiTV, sinal em definição padrão, SD, depois alterei para o
sinal que recebo via parabólica, em alta definição, HD. A diferença é gritante.
Aqui o primeiro ponto. A cobertura da Record News é significativamente menor
que o sinal da Record e afiliadas. Muitas cidades, o sinal da Record News não existe, e quando chega é fraco. Nas
operadoras, poucas em HD. Então temos uma cobertura reduzida e com qualidade
inferior, aquilo que poderia ser.
Uma
pergunta: já que muita coisa está no Play-Plus, ou R7.com, porque a Rede
Família, de cobertura reduzida, também do Grupo Record não mostra o sinal dos
streamings?
Há também de
se considerar que o Pan-Am não tem um apelo de mídia como Olimpíadas ou outras
competições. Seu lugar no canal principal, com certeza despencaria um Ibope já
consolidado da Record SP e Record RJ. Acredito que a decisão de estar no
segundo canal, a Record News, seja a melhor opção. Mas o canal principal, a
Record deveria ter um espaço maior. A estratégia de Lima-19, como foi
Toronto-15 será um preenchimento de lacunas e momentos agudos. Muito diferente
do que foi Guadalajara-11, que veio na esteira do Rio-07. Mas mesmo assim, o
espaço na Record, deveria ir além. Ao comparar Guadalajara-11 a Toronto-15,
houve um decréscimo de 45% de tempo de televisão na Record, e parece que será
maior em Lima-19.
O problema
da concentração na Record News está na sobrecarga das vozes de transmissão.
Narradores e comentaristas precisam demonstrar versatilidade. Do Rugby Seven
para Patinação Artística. Uma troca de telas com as mesmas vozes, daí do nada,
entre o Beach Vôlei. O que fará a transmissão ter comentários e curiosidades
gerais, sem aprofundar nada e a perca inevitável de instantes importantes. Por
exemplo, na sexta, 26, enquanto patinava-se, dois Trys foram perdidos, tanto no
Brasil Feminino, quando do Brasil Masculino. Será esta a melhor solução mesmo?
Pela forma
como a televisão brasileira trata do Pan-Am, está longe de ser a maior
competição das Américas.
Por Albio
Melchioretto / albio.melchioretto@gmail.com
@professoralbio
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