Curiosidade! Blefe salvou transmissão para o Brasil da Copa do Mundo de 1970

Foto/Reprodução
O UOL Esporte publicou neste domingo (19) uma reportagem curiosa e jocosa sobre a compra dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 1970 pelas emissoras de TV do Brasil. O Mundial voltou a ser destaque, quase 50 anos depois, com a reexibição das partidas da Seleção Brasileira pelo SporTV.

Um ano antes da Copa, apesar do país já possuir viabilidade técnica para transmissão de jogos por satélite, ainda não havia certeza que as partidas do Mundial seriam mostrados na TV, até em razão dos direitos ainda não terem sido negociados.

A Rede Tupi, porém, partiu na frente das concorrentes uma vez que o diretor da emissora, José de Almeida Castro, fechou um acordo de exclusividade com a empresa mexicana VT Latin Programs, criada pelo Comitê Organizador da Copa para cuidar desse assunto.

Entretanto, as demais emissoras não gostaram da atitude da Tupi. Globo, Bandeirantes e, principalmente, a Record, disseram que o contrato seria ilegal porque um acordo assinado por todas as emissoras de televisão da época, no ano de 1966, proibia exclusividade de transmissões de jogos da seleção brasileira. As TVs afirmavam que não poderia existir monopólio.

Acreditem, o caso foi parar no Ministério das Comunicações, que, após reuniões decidiu anular o contrato entre a empresa mexicana e a TV Tupi. Além disso, o Ministério também determinou que as emissoras fizessem um "pool" - transmissão conjunta das TVs, onde compartilhavam profissionais e até estrutura técnica - para exibir a Copa de 70.

Determinado o fato, executivos rumaram ao México para fechar novamente o contrato com a VT Latin Programs. Lá, as negociações não se mostravam fáceis uma vez que a empresa mexicana pedia US$ 1.2 milhão, valor considerado muito alto. As TVs ofereceram menos da metade - US$ 550 mil. A primeira contraproposta foi recusada pela VT Latin Programs.

O fato inusitado das negociações vem agora. Em uma das reuniões, Paulo César Ferreira, diretor da Rádio Nacional, irritado com o executivo Emilio Azcárraga, que comandava a empresa mexicana e os direitos de transmissão, bateu na mesa e começou a contar que a não venda dos direitos de transmissão para as TVs brasileiras seria considerado uma afronta pelo Governo Federal. Mais que isso: a seleção brasileira poderia não entrar em campo.

E a mentira blefe deu certo. Emílio Azcárraga, intimidado pela fala de Paulo César Ferreira, acreditou que, de fato, o Brasil não poderia entrar em campo. Alguns dias depois, a renegociação foi fechada. O contrato, cotizado pelas emissoras de TV, foi fechado pela bagatela de US$ 715 mil.

Globo, Tupi, Band e Record (essas duas últimas com a alcunha de Rede de Emissoras Independentes) exibiram os jogos do Brasil ao vivo. O restante das partidas era mostrado em VT.

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