Opinião: Libertadores vai, aos poucos, virando um produto

 

Imagem / Reprodução

Em seu processo de reformulação de imagem, a Conmebol precisa dar à Copa Libertadores o peso que a competição tem dentro do mercado do futebol sul-americano. Durante décadas, foi a competição quem trouxe o mínimo de riqueza para a entidade e, como ficou provado, o máximo de receitas obscuras de alguns poucos e maus dirigentes. Agora, é chegada a hora de a Libertadores ganhar a representatividade que merece para o futebol sul-americano também fora das quatro linhas.

No segundo ano de transformação da final do torneio num grande evento, a exemplo do que os esportes americanos fazem desde sempre e a Uefa começou a fazer com a Champions League, a Conmebol tem, no Rio de Janeiro, o cenário quase perfeito para reforçar o sucesso da ideia de jogo único para decidir o campeão continental.

Desde 2018, um problema sempre aparece na época da final do torneio. Foi a briga de torcida que levou Boca Juniors x River Plate para Madri há dois anos, foi o caos em Santiago em 2019 e, em 2020/2021, é o Covid quem dá o ar da graça.

Mesmo assim, agora o cenário é praticamente o ideal para a final de 2020. Tirando, obviamente, o fator pandemia, a decisão no Rio de Janeiro entre dois times brasileiros é o roteiro dos sonhos para solidificar o conceito de que a Libertadores em jogo único é algo legal para o maior mercado consumidor do torneio.

O peso e a representatividade do Brasil na competição são enormes. É daqui que saem os maiores contratos de mídia, é aqui que ficam as sedes regionais da maioria dos patrocinadores da competição, é no país que está o braço comercial da Libertadores.

Com dois times do Brasil na final que acontece no Maracanã, a atratividade do jogo para o torcedor local torna-se ainda maior. Outro dia ouvi de um amigo corintiano que “o Santos é Brasil na Libertadores”, o que só reforça o interesse geral do fã de futebol em acompanhar o jogo decisivo, por mais que seu time não esteja nele.

Mas, mais do que a questão esportiva, o que de fato é importante para o negócio é a oportunidade de, durante praticamente uma semana, o evento ser “preparado” para o público, imprensa e patrocinadores.

Foi em busca de entender o que se tinha de planejamento que, há duas semanas, saímos atrás da FC Diez Media para conhecer mais dos planos para a decisão. Foi então que surgiu a ideia de fazermos esse especial da Libertadores durante a semana para mostrar que, enfim, a Conmebol começa a pensar na competição como um produto.

Construir reputação é algo que demanda tempo e investimento. Reconstruir imagem é uma tarefa ainda mais demorada. O caminho a ser percorrido pela Conmebol ainda é muito longo, mas a entidade mostra que, com a Libertadores sendo transformada num produto de desejo, algum atalho pode ser encontrado.

Por Erich Beting / Portal Máquina do Esporte

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