OPINIÃO! Avanços no futebol: Saem os ranzinzas, entram as mudanças

Foto: Thayuan Leiras/GE.com
                                                    

 Por ALÍPIO JR.

O ano era 1966. Quartas de final da Copa do Mundo, jogo entre Argentina e Inglaterra. Uma confusão generalizada. Expulsão e punição era do mesmo jeito que acontece aí na pelada da sua quebrada, com o juiz apontando para o jogador e fazendo todo um gestual. Com o migué de não ter entendido o que o juiz falou, o jogador argentino se recusou a sair do campo e foi preciso de reforço policial para retirá-lo.

No caminho para casa, o responsável pelos juízes, o inglês Ken Aston, quando parou num semáforo teve a ideia da sinalização vermelha e amarela, para indicar punições de acordo com a gravidade. Sua esposa (Hulda), teve a ideia de usar cartões. E assim nasceu a experiência de cartões como forma de punição, a ser testada na Copa do Mundo de 1970.

A reação da maioria foi a de perplexidade. Grande parte dos cartolas e imprensa acharam um absurdo. Diziam que eram cartolinas estragando o jogo. Esqueciam que em muitos jogos foi preciso a intervenção policial para retirar os insubordinados. Detalhe: Diversos esportes copiaram o uso dos cartões (rúgbi, vôlei, handebol, adaptando para as suas regras).

Corta para alguns anos depois.

Se você for como eu e se aborrece com a cera feita pelos goleiros, sempre sentindo dor a cada nova defesa, precisava ver como era antes de 1993. O goleiro podia pegar a bola recuada com as mãos. Imagine a quantidade de vezes que o zagueiro recuava para o goleiro, ele fazia aquela ceninha, pegava a bola com as mãos e ganhava todo o tempo do mundo.

Até que os velhinhos da FIFA enxergaram aí uma oportunidade de dar velocidade ao jogo, após a Eurocopa de 1992. Então, em 1993, dentre algumas mudanças estava a proibição dos goleiros pegarem bolas recuadas com os pés por seus companheiros.

No começo foram cenas dignas de pastelão, uma dificuldade imensa de compreensão e lembro de um jogo em que o goleiro quase acertou a cabeça de um jogador com o chute, porque não queria pegar uma bola recuada de cabeça pelo zagueiro do seu time. Novamente parte da imprensa gritava que estavam mexendo onde não devia e que era mudança tola.
Dias atuais.

É instaurado o árbitro de vídeo. Há 4 hipóteses bem claras. Testado na Copa do Mundo e em algumas ligas europeias, a revisão leva 2min, quando não leva menos. Não se resolvem todos os problemas, mas repara-se alguns erros crassos.

E o que acontece? Novamente a imprensa brasileira reclama e resolve criar uma verdadeira cruzada contra o VAR, como se fosse absurdo utilizá-lo. Na última semana, após a eliminação do Manchester City, alguns jornalistas usaram suas redes sociais para culpar o VAR pelo fim da emoção, dizendo que ele estragava o momento de comemoração. Há uma verdadeira valorização da emoção em detrimento da correção por parte dessa imprensa incomodada com o que houve com um dos seus ídolos.

A pancada (nos reclamões da imprensa) foi ainda maior quando o próprio Guardiola mostrou-se favorável ao uso do VAR e disse que não era justo com o outro lado que trabalhou duramente, ser desclassificado por um erro. O que esses insurgentes da imprensa esportiva fizeram? Fingiram não ouvir e passaram a tratar o avanço como um retrocesso.

É paradoxal notar que parte da imprensa reclame da demissão de treinadores, peça profissionalização dos clubes, investimentos a longo prazo e defenda que o VAR seja ruim, que é melhor conviver com erros facilmente identificáveis. Que esses jornalistas repensem esse pensamento retrógrado e insistam para que o VAR no futebol seja como o ”VAR” (instant replay) da NFL: Melhorando a cada ano, tornando o jogo mais interessante, mais competitivo e valorizando a parte que interessa do espetáculo.

E você, o que acha?

Alípio Jr. é colunista do Portal Esporte e Mídia

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