Para manter interesse da TV Federações vão ter que mexer na fórmula dos estaduais
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Os principais campeonatos estaduais
terminam neste final de semana e alguns não têm garantia de transmissão em
2020. Os contratos do Grupo Globo para o Campeonato Gaúcho e para o Campeonato
Mineiro, por exemplo, valem até 2021, mas possuem uma cláusula de saída com o
qual a emissora pode encerrar antecipadamente o acordo. A mudança no calendário
anunciada pela CBF, que em 2020 diminuirá os Estaduais de 18 para 16 datas pode
fazer com que competições com fórmulas mais atraentes sejam elaboradas e a
transmissão interesse a emissoras e patrocinadores.
"Tive uma conversa muito franca com
Fernando Manuel Pinto, diretor de direitos esportivos da Globo, e me deixou
bem otimista. Pretendem sim continuar, porém com algumas mudanças no calendário
e fórmula", disse Francisco Noveletto, presidente da Federação Gaúcha de
Futebol e empossado recentemente vice-presidente da CBF.
O contrato da FGF com a Globo (que
transmite as partidas por meio da RBS, Grupo que controla as afiliadas da Rede no Rio Grande do Sul) vale cerca de R$ 35 milhões e termina em
2021. Já tentando montar um formato mais atraente em 2019 o campeonato do Rio
Grande do Sul teve 17 datas, uma a menos do que o reservado pela CBF para os
Estaduais — terminou na quarta (17), com o Grêmio vencendo o Inter nos
pênaltis. O problema é que a primeira fase continua longo demais, com 11
rodadas. Este, apurou o blog, é visto por executivos das emissoras de TV como o
grande problema dos Estaduais: muitas rodadas até que de fato se chegue aos
mata-matas que vão definir o campeão. É nesse ponto que Noveletto pode mexer no
formato.
Em Minas Gerais o Estadual também não usou
18 datas, mas 16, e Atlético e Cruzeiro decidem a competição neste sábado (20).
O valor do contrato é próximo dos R$ 35 milhões, como o Gaúcho, e será necessário
um formato mais atraente para agradar a Globo. Mesmo o Paulista, que tem um
contrato mais gordo, total de mais de R$ 100 milhões e sem cláusula de saída,
vai precisar alterar o regulamento para se adequar às 16 datas.
Uma solução é manter o formato atual da
primeira fase com 12 rodadas, e encurtar as quartas de final e a semifinal com um jogo apenas de mata nessas etapas — algo que já foi feito em anos
anteriores. O Estadual paulista tem um diferencial que é o de realizar
clássicos em metade da primeira fase, mas mesmo assim o formato é considerado
cansativo.
No Carioca a fórmula confusa de 2019 foi muito criticada e também
terá que passar por mudanças — usou as 18 datas e vai precisar enxugar.
Fernando Manuel Pinto disse ao blog que tem
acompanhado com interesse as discussões e o engajamento da CBF e das federações
estaduais sobre o futuro do calendário do futebol. Ele não quis comentar sobre
relações contratuais, mas disse estar otimista com a agenda que está se
apresentando para o futuro.
"Particularmente, espero ver refletida
também a visão dos clubes nesse debate, isso é vital para a construção do
quadro ideal para o futebol brasileiro. Certa vez destaquei os pontos positivos
dos certames estaduais, da mesma forma que defendi uma avaliação de
reposicionamento e redimensionamento dos mesmos, para o próprio desenvolvimento
dos Estaduais. Vejamos. O que for melhor para o futebol brasileiro será melhor
para o Grupo Globo. Percebo uma agenda que me traz otimismo", disse o
diretor da Globo.
As definições sobre formatos e como serão
as transmissões desses Estaduais devem ocorrer até setembro.
Com informações Blog do Marcel Rizzo
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