Censura jornalística ou liberdade de pensamento que contraria interesses econômicos da TV brasileira?
Montagem/Bastidores da TV |
Nos últimos sete anos, nunca antes na história recente deste
país, o Brasil se dividiu tanto entre esquerda e direita. Com o impeachment da
presidente Dilma Rousseff e a eleição de Jair Bolsonaro como presidente, a
guerra de ideologias e cifrões se agrava cada dia mais. De um lado, a poderosa
Globo, declarada contrária ao novo governo (Por sua vez, Bolsonaro também
declarou guerra ao monopólio global); já do outro, grupos como o SBT, Record TV
e a Rede TV! (Em total simpatia com o novo governo federal).
Após ampla pressão política, a Record TV nesta semana que o
jornalista Paulo Henrique Amorim não apresenta mais o “Domingo Espetacular”.
Com contrato com a emissora até 2021, o dono do blog “Conversas Fiadas”, considerado
por muitos brasileiros como um panfleto de esquerda, segue na empresa à
disposição para novos projetos. Ainda segundo a Record, o programa dominical
segue sendo reformulado e a saída de PHA da apresentação, após 14 anos, já
vinha sido trabalhada desde o ano passado, conforme antecipou em 04 de janeiro,
o jornalista Júlio César Fantin, do “Bastidores da TV”. Internamente, o bom
relacionamento do canal, do bispo Edir Macedo (dono da Record TV) e o governo
Bolsonaro, foram primordiais para o afastamento do jornalista, um dos
principais críticos e desafetos do presidente e sua gestão.
Silvio Santos, que desde a concessão da TVS/SBT, sempre
manteve seu posicionamento governista, se aproximou de Bolsonaro no “Teleton
2018” e já colocou seu canal à disposição do presidente e seus ministros, em
diversas ocasiões. O resultado não poderia ter sido outro. Em 2019, a Globo
passou a ser a terceira emissora que mais recebeu verbas publicitárias do
governo, perdendo o principal posto para Record e SBT. Se Silvio Santos gostou
da ousadia de Rachel Sheherazade, aquela então desconhecida jornalista
paraibana que viralizou na internet ao tecer duras críticas ao Carnaval, tempos
depois, atendendo pedidos dos governos petistas, teve que colocar a mordaça na
contratada, atual âncora do “SBT Brasil”. Rachel passou apenas a ler notícias,
deixando de comentá-las.
Outrora, após a eleição de Bolsonaro, Rachel passou a ser crítica do governo em suas redes sociais e chamada por parte da direita de traidora. Se oficialmente o governo ainda não pediu a cabeça da jornalista, por outro lado, um dos grandes anunciantes do SBT, Luciano Hang (dono das Lojas Havan), um dos grandes apoiadores de Bolsonaro, pediu na última semana a demissão da apresentadora. Dentro do SBT, a emissora apenas destaca que o contrato com a jornalista está vigente, mas que desconhece uma possível quebra de contrato. Nos bastidores, no entanto, a saída de Rachel da apresentação do principal jornal do SBT é dada como certa. É questão de tempo. Seu destino num primeiro momento será o mesmo do seu colega da Record TV: a geladeira ou um acordo amigável.
Outrora, após a eleição de Bolsonaro, Rachel passou a ser crítica do governo em suas redes sociais e chamada por parte da direita de traidora. Se oficialmente o governo ainda não pediu a cabeça da jornalista, por outro lado, um dos grandes anunciantes do SBT, Luciano Hang (dono das Lojas Havan), um dos grandes apoiadores de Bolsonaro, pediu na última semana a demissão da apresentadora. Dentro do SBT, a emissora apenas destaca que o contrato com a jornalista está vigente, mas que desconhece uma possível quebra de contrato. Nos bastidores, no entanto, a saída de Rachel da apresentação do principal jornal do SBT é dada como certa. É questão de tempo. Seu destino num primeiro momento será o mesmo do seu colega da Record TV: a geladeira ou um acordo amigável.
Em nome da boa vizinhança: Jornalistas não podem mais se
expressar em redes sociais. – Emissoras defendem mesma postura editorial para a
vida pessoal de seus contratados.
No final de 2018, outro jornalista consagrado teve seu vínculo com a Globo encerrado após 31 anos. Embora a nota oficial da emissora tenha informado que a decisão partiu de comum acordo entre Alexandre Garcia e a emissora, internamente especula-se que Garcia deixou O Grupo Globo devido divergências ideológicas que não vinham agradando os dois lados; a Globo (opositora do Governo) e o jornalista (simpático à Bolsonaro).
Embora o jornalismo tenha como princípio básico a isonomia,
os interesses econômicos e políticos das três principais redes de televisão do
país parecem prevalecer também diante das renovações ou quebras de contrato de
seus jornalistas. O Brasil vive um momento político complicado, onde a economia
tenta se recuperar, porém com visões fora de contraste e militantes de esquerda
e direita querendo impor uma só verdade e um só poder. Se houve um tempo que a
liberdade de imprensa e de pensamento foi defendida até a morte, hoje é
necessário escolher ser livre ou o ter um emprego na TV.
Site Bastidores
da TV por Júlio César Fantin
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