Análise: Situação difícil dos pequenos clubes nos direitos de transmissão
Imagem/Reprodução |
O Campeonato
Brasileiro caminha a passos largos para ser o torneio mais desigual do mundo,
ao menos se for comparado com as principais competições. No atual modelo, os
clubes menores ficam em uma situação insustentável, o que gera um desequilíbrio
prejudicial para todo o negócio, pelo baixo nível de disputa e pelo afastamento
do fã.
Se forem
considerados os valores atuais, a diferença é impressionante. Caso aceite a
proposta do Grupo Globo de R$ 30 milhões pelos direitos do Brasileirão deste
ano, o Red Bull Bragantino receberá mais de seis vezes menos do que o Flamengo.
Em comparação, na LaLiga, após os ajustes recentes nas vendas de televisão,
Barcelona e Real Madrid ganham menos de quatro vezes mais do que a equipe que
menos recebeu pelo mesmo acordo para a transmissão do torneio.
Agora, caso
a Medida Provisória das transmissões vire lei, a situação dos clubes pequenos
ficará ainda mais fragilizada. Com a medida, a Globo poderia fechar apenas com
as grandes equipes de mercados-chave e ignorar completamente os times médios e
pequenos. A emissora garantiria a entrega aos seus anunciantes em todas as
rodadas e ainda economizaria bons milhões nesse negócio.
Com a clara
falta de oferta da mídia, restaria aos times menores contratos inferiores ou a
aposta em transmissão própria. O que seria especialmente cruel às equipes
menores. Quanto o Red Bull Bragantino poderia faturar com um programa de
assinatura próprio para a exibição de seus jogos? Isso, claro, sem considerar a
possibilidade de a Globo renegociar os acordos já fechados com a alegação de
quebra de contrato, o que faria com que todos perdessem dinheiro, sem nenhuma
perspectiva de algum grupo cobrir a proposta antiga.
Por isso,
nessa situação de fragilidade, parece que algumas equipes começam a perceber o
tamanho da encrenca. Na última semana, Grêmio, Atlético Mineiro e o próprio Red
Bull Bragantino falaram abertamente, durante painel do Conafut, sobre a
necessidade de uma associação para negociação em conjunto.
Curiosamente, Atlético Mineiro e Red Bull Bragantino defenderam publicamente a Medida Provisória, com o argumento de que a mudança é importante, desde que a negociação seja em grupo, algo que não faz qualquer sentido e nem tem qualquer precedente no país. Agora, parece que o passo para trás já foi definitivamente dado.
Por Duda
Lopes / Portal Máquina do Esporte
Comentários
Postar um comentário