Análise: Sócio Digital do Bahia quebra paradigmas com bom início
Sócio Digital foi lançado em julho e já conta com cerca de
dez mil assinantes - Foto: Reprodução |
Após se destacar nos últimos anos com campanhas de comunicação e marketing em uma série de causas nobres e inclusivas, o Esporte Clube Bahia deu mais um passo inovador no futebol brasileiro. Com o objetivo de monetizar o conteúdo, enriquecer a própria base de dados e se aproximar dos torcedores que não frequentam a Itaipava Arena Fonte Nova, o clube lançou o Sócio Digital em julho. Ao fim do primeiro mês, os baianos celebram os números e a aceitação inicial: são quase 10 mil associados no novo programa.
Com valores
acessíveis (R$ 7,90 por mês para sócios estatutários e R$ 9,90 para
não-sócios), o aplicativo Sócio Digital oferece uma enorme variedade de
conteúdo que, além do convencional (melhores momentos, bastidores, entrevistas
exclusivas, etc), apresenta desde uma série para o público infantil
(“Esquadrãozinho”) até cursos com conteúdo acadêmico da Universidade do Bahia.
Aproveitando
as alternativas de baixo custo que se popularizaram durante a pandemia, o Sócio
Digital também produz lives diferentes todos os dias. No primeiro mês, foram
mais de 100 horas de conteúdo ao vivo. Em destaque aqui, uma quebra de
paradigma no futebol brasileiro: a democratização de uma plataforma própria do
clube com a internalização de opiniões independentes e, muitas vezes, críticas.
Todas as segundas-feiras às 20h, por exemplo, vai ao ar o “Corneta da Fonte”.
No programa, o “estagiário” do Bahia comanda o bate-papo com quatro
influenciadores. Como não há censura, a diretoria, a comissão técnica e os (as)
atletas podem ser criticados.
Além de
muito conteúdo, o Sócio Digital também oferece uma série de benefícios. Os
associados têm desconto na loja Esquadrão e em mais de 40 outros
estabelecimentos, como bares, restaurantes, cursinhos pré-vestibular, livros,
manutenção automotiva, serviços laboratoriais, hospedagem, petshop, roupas,
produtos de decoração, entre outros.
Para
consolidar o lançamento e os primeiros passos do programa, o Bahia também
precisou quebrar outros paradigmas. O clube deixou de priorizar a publicação em
vídeo para a sua expressiva audiência de mais de 3,4 milhões de seguidores nas
redes sociais para atrair público ao aplicativo. A razão deste passo inovador é
primeiramente a monetização do conteúdo; e a meta ao fim do primeiro ano de
vida do app é igualar o montante que a equipe recebe do pay-per-view.
Além da
monetização direta do conteúdo, a disrupção também é uma tentativa do Bahia de
enriquecer a sua própria base de dados. Nas redes sociais, o clube não é o dono
das informações dos seguidores das suas páginas (as plataformas são) e tem
acesso limitado às mesmas. No mundo do esporte, em que as empresas investidoras
têm muitas dificuldades para encontrar boas bases de dados, este pode ser um
passo importante do Bahia para se aproximar ainda mais do mercado e gerar
receita.
Por fim, e
tão importante quanto os itens anteriores, o Bahia já usa o Sócio Digital para
aproximar os torcedores que não necessariamente frequentam a Fonte Nova. Com um
preço baixo, o oferecimento de benefícios fora do estádio e especialmente a
abertura de espaço para opiniões dos fãs, e veiculação de conteúdo produzido
pelas embaixadas espalhadas por todo o Brasil, o clube fica cada vez mais perto
de sua grande massa.
O Sócio
Digital é recém-nascido, mas já chama a atenção de outras agremiações. O Ceará
é o próximo a lançar o seu programa e os dois clubes já planejam ações
conjuntas nos aplicativos. O barulho e os dados iniciais são promissores. Ainda
é cedo para cravar o sucesso do projeto, mas, cá entre nós, o Bahia tem uma
imensa chance de marcar mais um golaço.
Por André
Stepan / Portal Máquina do Esporte
Comentários
Postar um comentário