Volta de público reduzido vai dar prejuízo aos clubes e lucro à Federação
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A federação
do Rio, assim como acontece com as outras federações nacionais, tem direito a
5% da renda bruta de todos os jogos do Brasileirão. O problema é que, com o
público limitado, a renda líquida costuma ficar no negativo. Ou seja, com volta
dos jogos, o risco ficará restrito às equipes, e Ferj só tem a ganhar.
O Portal Máquina
do Esporte levantou as partidas que cravaram 30% do público ou que ficaram mais
próximos disso, entre os clubes cariocas durante o Campeonato Brasileiro de
2019. Foi considerada a taxa de ocupação usada pelo GE.com em seu aplicativo
sobre público nos estádios brasileiros.
Ao levantar
o borderô dessas partidas, Botafogo, Fluminense e Vasco ficaram no prejuízo. O
Flamengo não foi considerado porque não teve jogo com a taxa de ocupação igual
ou inferior a 30%. O clube é também um dos defensores da volta do público.
O pior dos
casos acontece com o Vasco, caso o time opte por atuar em São Januário. Com 7
mil pessoas, time joga com alto prejuízo. Na partida contra o Palmeiras, em
2019, o Vasco levou 8,4 mil torcedores ao estádio, o que representou uma taxa
de ocupação de 33% do estádio, mais do que seria possível no retorno em 2020.
No fim, o clube teve prejuízo de R$ 67 mil com a partida. A Ferj, com os 5% da
renda bruta, levou R$ 13 mil.
O mesmo acontece com seus rivais. O Botafogo, contra o Santos, teve 16,2 mil pessoas no Nilton Santos, 29% de ocupação. Teve prejuízo de R$ 6,2 mil, mas a Ferj ficou com R$ 21,4 mil. O Fluminense, contra o São Paulo, teve 21,7 mil pessoas no Maracanã, exatos 30% de ocupação. Prejuízo de R$ 12,3 mil, com R$ 28,9 mil de lucro para a Ferj.
Há algumas
suposições de que poderiam melhorar a situação para os clubes, mas que não
devem ser atingidas na prática. A primeira está no custo de operação que, com o
público limitado, poderia ser mais baixo. No entanto, como explicou o
superintendente de marketing da Neo Química Arena, Caio Campos, ao Máquina
Talks, evento realizado pela Máquina do Esporte, isso não deverá acontecer.
Como existe
a necessidade de distanciamento entre os torcedores, os estádios não poderão
limitar os setores, o que diminuiria os custos. Os 30% do público terão que,
necessariamente, serem espalhados em todos os setores.
Outra
suposição que amenizaria a situação seria o aumento do tíquete médio, que
compensaria a limitação de público. Nesse caso, vale a lembrança de que a taxa
de ocupação dos estádios brasileiros já é baixa, mesmo com a precificação
aplicada na última temporada. Fluminense e Botafogo, por exemplo, não chegaram
a 30% de média nos estádios durante o ano de 2019.
A defesa de
Rubens Lopes está no retorno do público determinado pelos órgãos públicos de
cada estado. O Rio de Janeiro já poderia receber torcedores nas arenas em
outubro. A irritação do dirigente na reunião da CBF aconteceu porque a maioria
dos clubes entendeu que só poderia haver torcida quando todas as equipes do
Brasileirão tivessem a mesma condição.
Procurada
pela Máquina do Esporte, a Ferj preferiu não comentar.
Com
informações Portal Máquina do Esporte / Duda Lopes
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