Na disputa do interclubes judô mostra como não depender da TV
Imagem / Divulgação |
A visão do futebol de ser independente da TV a partir da ruptura do rentabilíssimo modelo de negócios vigente com a mídia e da tentativa de viabilizar sozinho uma estrutura de transmissão mostra-se ainda mais infantil quando os bons exemplos de como o esporte pode ser uma plataforma vigorosa de mídia começam a crescer em outros esportes no Brasil.
O judô é mais uma modalidade brasileira a dar uma pequena mostra de como são maiores as possibilidades de se ir além na relação com a TV quando você não briga diretamente com a mídia, mas traz ela para perto, sem depender de sua estrutura e de sua verba para fazer as coisas acontecerem.
O interclubes que acontece entre quinta-feira (26) e domingo (29) terá transmissão tradicional do Sportv. Mas, para pelo menos mil torcedores por dia, uma experiência completamente nova será apresentada. A criação da torcida virtual com imagens exclusivas é algo que vínhamos batendo na tecla aqui desde que invadimos a "Arquibancasa" do Aahrus, da Dinamarca, ainda no final de maio. O clube de futebol dinamarquês foi quem inventou a torcida virtual, que depois a NBA fez um "upgrade" e, agora, a CBJ parece querer levar para um novo patamar.
A tecnologia
e a interatividade permitem enormes possibilidades para levar a um novo degrau
a relação do esporte com os fãs e com os patrocinadores.
Um acesso novo e diferente à modalidade não precisa ser apenas por força da pandemia. É algo que precisa entrar na lista de tarefas de qualquer evento. Neste primeiro momento, oferecer gratuitamente o acesso é necessário. Mas, lá fora, o mercado já dá sinais de que o torcedor virtual é um caminho sem volta.
A NBA já enviou uma extensa pesquisa a quem participou da experiência realizada junto com a Microsoft para saber o que achou de ver um jogo à distância. Nas perguntas, questionou sobre precificação de ingressos. Muito possivelmente, ela já começa a mapear o interesse do torcedor de fora dos EUA.
Todas essas iniciativas, porém, dependem de dois princípios básicos para o esporte. Ser ele o produtor do conteúdo que ele mesmo gera. E ter com a mídia uma relação de parceria na construção do evento, não de dependência.
Só assim
para levar ao espectador uma experiência nova e interativa. Esse já era o
futuro. A pandemia ajudou a acelerar essa transformação.
Com
informações Portal Máquina do Esporte / Erich Beting
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