Opinião: F1 ganha atenção, mas perda é alta no Brasil
Foto: Reprodução - Facebook.com/Formula 1
A Fórmula 1
teve todo o carinho que buscava no mercado brasileiro: ampla cobertura,
transmissão completa, elite de profissionais do ramo e promoção exaustiva do
evento. Como resultado, não só manteve o Brasil como um dos poucos países a ter
as corridas em TV aberta como conseguiu resultados consideráveis na audiência.
Pena que o copo meio cheio só pode ser visto dentro do contexto de
impossibilidade de acordo com a Globo.
Todo esse
carinho da Band com a Fórmula 1 tem enorme valor, mas, infelizmente, vale muito
menos do que a Globo entregava: o dobro de audiência. Isso, claro, a considerar
o mercado de São Paulo. Por peso das emissoras e alcance de sinal, a diferença
no território nacional tende a ser ainda maior.
Complementa
essa distância o poder que a Globo mantém de promover um evento. Basicamente, é
um efeito cascata: quanto mais pessoas uma transmissão mobiliza, mais
relevância ela gera. Isso dava à Globo a capacidade de parar o país quando um
brasileiro estava na disputa do título. Aconteceu assim nos GPs do Brasil da
década de 2000, quando Barrichello e, principalmente, Massa entravam forte na
disputa. Mesmo com um grande astro em 2022, é difícil imaginar a Band repetir
esse feito.
Piora a
situação se pensar que a Liberty Media, que organiza a competição, bateu o pé
pelo sistema próprio de streaming. O serviço é caro em tempos de dólar nas
alturas, e só faz sentido em mercados em que as corridas estão limitadas às TV
fechadas. No Brasil, será um serviço de nicho. É difícil imaginar uma gama
relevante de clientes para a F1 TV Pro no país.
O cenário só
fica mais interessante se for desconsiderada a capacidade de entrega da Globo.
Nesse caso, a Band fez e continuará fazendo um trabalho excepcional, com uma
atenção que seria inviável na emissora rival. E, obviamente, não há como
desconsiderar isso.
De maneira
geral, o cenário se repete em outros eventos: as entidades esportivas deixam a
Globo, e as outras emissoras ganham muito mais do que o próprio produto. Foi
assim com a Libertadores, que teve menos da metade da audiência da Globo com o
SBT. Tem sido assim com o Campeonato Carioca, que ficou com 16 pontos de média
em um clássico de quarta-feira à noite na Record. São ótimos resultados para os
canais, mas muito ruim para a promoção e o alcance do esporte.
Por Duda
Lopes / Portal Máquina do Esporte
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