Conmebol veta parceiros em redes sociais e clubes brasileiros se irritam
A Conmebol
proibiu os clubes brasileiros de usarem seus patrocinadores em postagens em
redes sociais relacionadas a jogos da Libertadores. Mais, a entidade impôs que
clubes têm de divulgar os parceiros da competição nestes posts. A medida causou
irritação na maioria dos clubes brasileiros que se nega a exibir patrocinadores
da Libertadores e veem seus direitos comerciais prejudicados.
Houve uma
mudança no regulamento da competição continental para a temporada 2021. Incluiu-se
um artigo extra sobre o uso de marcas que tenta se apropriar das contas dos
clubes em favor dos parceiros da Conmebol.
"Quando
os clubes ou associações membros imprimam programas, fichas ou folhetos
publicitários, etc, ou publiquem informação em suas páginas de internet
referente a Conmebol Libertadores, deverão incluir em um lugar destacado o jogo
e o logotipo oficial do mesmo, assim como os logotipos desta. Está proibido,
incluir qualquer outra marca comercial que não corresponda a dos patrocinadores
do torneio. O espaço dedicado aos logotipos dos patrocinadores do torneio não
pode ser menor do que 20% da área do programa, ficha ou folheto
publicitário."
A Conmebol
já vinha tentando impor essa restrição informalmente desde o ano passado, mas
agora a incluiu no regulamento. A determinação obrigou os clubes brasileiros a
limparem suas postagens em redes sociais das marcas de seus patrocinadores.
Então, escalações, notificações de gols e itens similares não podem ter os
parceiros dos clubes.
Nenhum deles,
no entanto, cumpriu a determinação de divulgar os patrocinadores comerciais da
Conmebol. Até porque, se seguissem a medida, as agremiações estariam em
conflito com seus próprios patrocinadores. Por exemplo, o Santander da
Libertadores é conflitante com todos os bancos que patrocinam times nacionais.
Há sete
clubes brasileiros na Libertadores: Flamengo, Fluminense, Santos, São Paulo,
Palmeiras, Internacional e Atlético-MG. O blog ouviu representantes de quatro
deles sobre a mudança na condição de anonimato porque não querem um conflito
aberto com a Conmebol.
Três
dirigentes se mostraram irritados com a entidade pela imposição que foi
considerada absurda e prejudicial aos clubes. O quarto clube também se mostrou
incomodado com a medida, mas entende que há espaço para conversar com a
entidade. Todos foram unânimes em dizer que não cumprirão a determinação de
inclusão de patrocinadores da Libertadores em suas redes.
Segundo um
dirigente, as restrições da Conmebol aos patrocinadores aumentam a cada ano e
não há negociação entre as partes, só imposição. Seu entendimento é de ser um
absurdo não poder usar as marcas de patrocinadores próprios nas postagens
porque limita a entrega aos parceiros que é um dos principais ativos de
marketing negociados. E deixam claro ser impossível fazer publicidade para um
concorrente de seu parceiro.
Outro
cartola disse que a reação à medida da Conmebol foi péssima. E afirmou que,
agora, os clubes e patrocinadores vão fazer postagens sem referências aos jogos
da Libertadores, reduzindo seus ganhos e a exposição da competição.
Um terceiro
representante de agremiação brasileira explicou que a nova medida é prejudicial
e vem acompanhada de mais restrições nos estádios. A Conmebol, por exemplo, tem
mandado retirar até marcas de sócios-torcedor das arenas nos jogos. Ao mesmo
tempo, não envelopa o estádio como é feito na Europa.
Há um quarto clube com uma posição mais mediadora em relação à Conmebol. O dirigente ouvido também entende que a medida é prejudicial às agremiações, mas que há espaço para conversa com a entidade. Além disso, apontou que a Libertadores vem melhorando desde 2019, tanto em visibilidade que dá ao clube quanto em prêmios. Mas já houve discussões inclusive jurídicas com a Conmebol sobre o seu direito de impor restrições a patrocinadores deste clube.
A postura da
Conmebol é mais impositiva do que a da UEFA na Champions. Times como Real
Madrid e Manchester City fizeram postagens com a marca de seus patrocinadores
associados a seus jogos das semifinais da Champions. E não são obrigados a
divulgar as marcas da Champions em suas redes.
O blog procurou o diretor comercial da Conmebol, Juan Emilio Roa, para falar sobre as novas regras e as reclamações dos clubes brasileiros. Não obteve resposta.
Com
informações Blog do Rodrigo Mattos com colaboração de Léo Burlá / UOL Esporte
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