Futebol como peça na guerra do Streaming: HBO Max que vai chegar no Brasil anuncia transmissão da Champions
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Imagem / Reprodução |
A maior
novidade do lançamento do HBO Max, serviço de streaming da Warnermeadia, foi a
inclusão de transmissões de jogos da Champions. Com isso, o futebol entra na
guerra de gigantes deste tipo de plataforma no Brasil, sendo que a Disney
também dá um passo nesta direção. É uma disputa que já tem Netflix, Disney
Plus, Globoplay e Amazon Prime Vídeo e agora o HBO Max.
No exterior,
a inclusão de competições esportivas no pacote de serviços de streaming já
avança. A Amazon comprou pedaços da Champions em alguns países europeus, outros
nacos da Premier League e todos os jogos da NFL nas quintas-feiras. No Brasil,
a empresa já mostrou interesse por determinadas competições, mas ainda não se
decidiu a investir. Há outras plataformas restritas ao esporte com direitos
como a DAZN.
E o que
significa este primeiro passo do futebol no streaming de gigantes no Brasil?
Será que veremos a migração das competições de TVs Abertas ou pagas (a cabo)
para serviços de streaming? Será que um dia a Netflix vai estar disputando os
direitos de um Paulista ou Copa do Brasil?
Não há ainda
respostas para estas perguntas ainda. Mas o movimento da Warnermedia indica
que, sim, há uma possibilidade de migração das competições para o streaming.
A Disney
anunciou também em maio o lançamento do serviço de streaming Star Plus, que
iniciará em agosto deste ano, que também inclui jogos. Entre as competições que
serão incluídas no pacote estão Libertadores, Premier League e LaLiga, além de
outros esportes.
A Champions
continuará a ter como principal plataforma a TNT e Space, tvs fechadas, e o
SBT, TV Aberta. Assim como a Fox Sports e a ESPN seguirão como os principais
canais para a Libertadores e as ligas europeias.
É lá que o
futebol gera maior receita, seja através de assinantes, seja por meio de
publicidade. É portanto com esse dinheiro que as empresas de comunicação
compram os direitos de transmissão de competições como Champions, Libertadores,
Brasileiro, etc.
Só que o
número de assinantes de TV paga cai mundialmente e notadamente no Brasil. Houve
redução da base de assinantes no país que agora gira em torno de 14 a 15
milhões. Anteriormente, eram 20 milhões. Assim, cai o dinheiro recebido por
canais como ESPN, Sportv e TNT. E há uma redução também dos assinantes do
pay-per-view do Brasileiro, vendido pela Globo majoritariamente dentro das
operadoras.
Ao mesmo
tempo, a Netflix já se aproxima dos 20 milhões de assinantes, sem ter nenhum
conteúdo de futebol ou ao vivo. Lançados depois, Globoplay e Disney Plus também
estão em crescimento. E a Globo detém direitos sobre competições importantes
como Brasileiro e Copa do Brasil.
A pergunta
é: em algum momento a receita desta plataforma terá aumentado de forma
significativa a ponto de valer a pena migrar de vez as transmissões para lá?
Há ainda
competições com serviços específicos de streaming para competições como são os
casos do Carioca e da Copa do Nordeste. No futuro, será interessante para os
gigantes levarem estes direitos para dentro das suas plataformas? Como seria o
modelo de parceria?
As respostas
para estas perguntas vão moldar não somente a forma como o torcedor consome
futebol como o modelo em que os direitos serão vendidos. Cada vez mais as
competições têm sido fatiadas para que gerem mais dinheiro em seus pedaços em
vez de apostarem em um só comprador.
O torcedor
ainda não tem como saber como vai assistir ao futebol em 2030. Mas parece cada
vez mais improvável que seja no mesmo modelo atual.
Por Rodrigo Mattos
/ UOL Esporte
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